terça-feira, 10 de abril de 2012


China retoma posição de maior importador do Brasil

Por Célia Froufe e Eduardo Rodrigues
A China voltou a figurar no mês de março como o maior comprador individual de produtos brasileiros. O país importou US$ 3,906 bilhões enquanto os Estados Unidos, que lideraram as compras nos dois primeiros meses do ano, adquiriram US$ 2,320 bilhões, incluindo as aquisições de Porto Rico. Os números da balança comercial foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A nova posição da China no comércio externo brasileiro fez do país asiático o principal destino das exportações brasileiras no primeiro trimestre, com um total de US$ 7,892 bilhões. No mesmo período, os EUA compraram US$ 6,965 bilhões.
Em março, a Ásia importou US$ 6,727 bilhões do Brasil, enquanto a União Europeia, US$ 4,340 bilhões. Os países do Mercosul responderam por um volume de US$ 1,826 bilhão e os do Oriente Médio, por US$ 965 milhões. África e Europa Oriental importaram US$ 823 milhões e US$ 323 milhões, respectivamente no período.
A despeito de a China ter voltado a liderar as compras do Brasil em março, o aumento dos embarques brasileiros para a Ásia vem tendo suporte principalmente do incremento das exportações para outros mercados do continente. Especificamente em março, na comparação com o mesmo mês de 2011, enquanto o aumento das exportações para a China foi de 17,8%, para a Índia esse incremento chegou a 132% e para Taiwan, a 73%. Já as Filipinas importaram 454% mais no período. "As Filipinas não têm uma base de comparação alta, mas certamente Índia e Taiwan têm", afirmou Tatiana.
Mesmo perdendo a liderança dos embarques brasileiros no mês passado, o MDIC ressaltou o peso dos Estados Unidos para o comércio brasileiro. O País registrou um aumento de 40,34% das compras em março na comparação com o mesmo mês de 2011. "O maior dinamismo dos EUA tem contribuído para o resultado comercial brasileiro", disse a secretária de Comércio Exterior do MDIC, acrescentando que a pauta para o país é diversificada e com grande participação de produtos manufaturados.
Governo faz acordo para projeto que impede guerra dos portos


O governo conseguiu fechar um acordo com parlamentares e deverá votar na semana que vem a resolução 72, que estabelece a igualdade da alíquota de ICMS cobrada pelos Estados em 4% nas importações. O mecanismo evita a chamada guerra dos portos, na qual unidades da federação reduzem o tributo para atrair navios carregados com produtos importados. O acordo foi amarrado sob condição de aprovação conjunta com outro assunto de interesse dos governadores: a alteração do cálculo da dívida dos Estados com a União.
"Isso fará com que os governadores tenham inclusive um melhor equilíbrio das suas contas, capacidade de maior investimento e uma justiça tributária, uma vez que o ICMS melhor divido entre os Estados também equilibrará as contas de muitos Estados", explicou a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, articuladora política do governo.
Em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e líderes governistas no Congresso Nacional, foi acordado que o chamado indexador da dívida - base de juros para cobrança do débito de cada Estado - deixará de ser o índice de inflação IGP-DI mais variável de 6% a 9,5% (dependendo da unidade da federação) para a taxa Selic, estabelecida pelo Comitê de Política Monetária. O acordo foi amarrado com o aval da presidente Dilma Rousseff.
Outra matéria deverá correr em conjunto da resolução 72 e mudanças no indexador da dívida é a Proposta de Emenda à Constituição que distribui a arrecadação do comércio eletrônico entre Estados onde estão situadas as matrizes (predominantemente São Paulo) e os Estados onde estão os compradores.
Todos os projetos estão em fase de comissão no Senado.