segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Importação de etanol pelo país em 11/12 superará 1 bi litros

O Brasil importará 1,1 bilhão de litros de etanol anidro na temporada 2011/12 para atender a demanda crescente em meio a uma quebra de safra de cana no centro-sul, disse o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank.


Segundo ele, as importações previstas para 11/12, maiores dos últimos tempos e que superam de longe os 78 milhões de litros da temporada passada, já consideram a redução na mistura de etanol na gasolina, de 25 para 20 por cento, anunciada no mês passado e que deve entrar em vigor em outubro.
"É uma importação natural frente ao tamanho da quebra da safra, uma importação de 4 por cento (da produção nacional) é uma importação necessária frente a uma quebra de safra superior a 15 por cento", afirmou Jank à Reuters, após participar do Euromoney Seminars, em São Paulo.
Há quem espere volume ainda maior de importação. A consultoria Datagro estimou em 1,49 bilhão de litros o volume a ser comprado no exterior.

Jank acrescentou que a moagem de cana do centro-sul do Brasil, que produz cerca de 90 por cento da safra nacional, ficará abaixo da previsão atual da Unica.
"Vai ser inferior a 510 milhões de toneladas, não temos o número ainda", afirmou.
Várias consultorias importantes do setor, como a Kingsman e a Canaplan, já trabalham com uma safra inferior a 500 milhões de toneladas em 11/12.
Na atual temporada, a produção brasileira sofre efeitos de adversidades climáticas nos últimos anos, como chuvas em excesso e seca, além de recentes geadas. Uma redução de investimentos nos canaviais também colaborou para a queda na produtividade.

Jank explicou ainda que o Brasil continua exportando etanol, mesmo com uma safra menor, para cumprir contratos de longo prazo e também porque alguns importadores dos Estados Unidos têm pago um prêmio superior a 70 centavos de dólar por galão pelo biocombustível de cana brasileiro, considerado avançado.
"A grande maioria é etanol para uso industrial, contratos assinados nos últimos anos", afirmou.
O Brasil exportará na temporada 11/12 cerca de 1,45 bilhão de litros, contra 1,9 bilhão de litros na safra anterior.
Segundo ele, apesar da quebra de safra, o mercado brasileiro tem enfrentado bem a situação. "O que está enxugando mesmo é o tamanho do mercado de hidratado (usado pelos veículos flex)," disse.
(Fonte: Roberto Samora)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


Iniciadas avaliações no berço 1 do Porto de Itajaí

         A primeira avaliação realizada pelo corpo técnico contratado para vistoriar as avarias no berço 01 do Porto de Itajaí constatou que o rebaixamento – entre 15 centímetros e 20 centímetros, ocorrido em alguns pontos do berço operado pela APM Terminals Itajaí (APMT) – foi ocasionado por acentuado aprofundamento ocorrido em frente àquele ponto do cais. A vistoria ocorreu na manhã desta terça-feira e foi acompanhada pelos superintendentes do Porto de Itajaí e da APMT, engenheiro Antônio Ayres dos Santos Júnior e Walter Joos, respectivamente; pelo diretor técnico do Porto André Pimentel e por representantes da Secretaria de Portos da Presidência da Rep&uacu te;blica (SEP).
         Ayres explica que, de acordo com estudo de batimetria realizado na área do berço 01 foi constatado um acentuado aprofundamento da área em frente àquela área de cais gerado pela correnteza, chegando a cerca de 20 metros. “Essa escavação provocou o deslocamento do material de sustentação das estacas, provocando o deslocamento das mesmas e resultou no recalque do berço”, informa Ayres.
         Segundo o engenheiro, na avaliação preliminar foi constatada a necessidade de reparos, os quais deverão ser detalhados com estudos mais aprofundados. A obra, segundo estimativa inicial dos especialistas, deverá ser realizada entre quatro e seis meses. “Enquanto isso, a APMT utilizará o berço 4, da área do Porto Público, o que não comprometerá, de forma alguma, as operações da empresa na cidade e nem as operações do complexo como um todo”, garante Ayres.     O superintendente da APMT diz que o estudo do projeto está em pleno andamento e as obras devem iniciar o mais breve possível.

Batimetria – Os estudos de batimetria nos canais de acesso e bacia de evolução do Complexo Portuário e Logístico de Itajaí foram iniciados na manhã de hoje, 13, e os resultados conclusivos deverão ser entregues à Autoridade Portuária no decorrer desta semana. “Entretanto, um estudo preliminar feito pela empresa de dragagem Jan de Nul aponta que o assoreamento nos canais de acesso foi significativamente inferior ao ocorrido em 2008, inclusive, sem a formação de bancos de areia no canal externo”, acrescenta Ayres. Essa realidade aponta que as operações portuárias nos demais berços do Porto de Itajaí, Portonave e terminais a montante sejam retomadas aind a nesta semana.
         Em visita emergencial ao Porto de Itajaí na tarde de segunda-feira, 12, o ministro de Portos, Leônidas Cristino, garantiu recursos para os serviços de restabelecimento das profundidades – em níveis anterior a enchente – para serem investidos em dragagem. “Precisamos restabelecer imediatamente as operações do Complexo Portuário do Itajaí, que é muito representativo na infraestrutura portuária brasileira e nas nossas operações de comércio exterior”, disse o ministro.

Fio de Viscose importado pode ser sobretaxado

Governo vai investigar denúncia de subsídios aos fabricantes de Índia, Tailândia e Indonésia

Dentro da filosofia de que é preciso proteger a indústria nacional das importações desleais, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior voltará a aplicar medidas compensatórias contra produtos que chegam ao Brasil com preços muito baixos por causa de subsídios governamentais concedidos em seus países de origem.

A primeira investigação, que deve ser aberta hoje, vai apurar se programas oferecidos pelos governos da Índia, Tailândia e Indonésia a fabricantes locais de fios de viscose estão distorcendo os preços das exportações.
Se comprovado que os fios de viscose desses países chegam ao Brasil com preços abaixo do mercado, gerando perdas para a indústria nacional, o ministério aplicará sobretaxas ao produto importado para neutralizar os efeitos dos subsídios na formação dos preços. O pedido de abertura de investigação foi feito ao governo pela Vicunha, líder no mercado têxtil brasileiro.

O Brasil tem pouca experiência em aplicação de medidas compensatórias. O único processo foi aberto em 2007 e concluído no ano seguinte com aplicação de sobretaxas contra as importações de filmes de PET da Índia, produto que pode ser utilizado como embalagem de alimentos, material gráfico, isolante de fios e outras aplicações. No entanto, o governo acredita que o instrumento ganhará força entre as medidas de combate às importações desleais.
Além do pedido da Vicunha, o diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Felipe Hees, revelou que já recebeu outras solicitações de abertura de investigação. "É uma mostra de que as petições para aplicação de medidas compensatórias podem estar entrando no radar do setor privado", disse ao Estado.

 As investigações, que só podem ser abertas a pedido das empresas, deverão ser concluídas no prazo de até um ano após sua abertura. O governo terá de identificar se os exportadores de fios de viscose da Índia, Tailândia e Indonésia estão se beneficiando dos subsídios oferecidos pelos governos locais e se os danos alegados pela indústria brasileira são causados por essas exportações. Serão solicitadas informações aos governos dos três países.
Hees acredita que o uso de medidas compensatórias poderá ser importante no futuro, a partir de 2016, quando a China passará a ser considerada uma economia de mercado. Atualmente, o governo utiliza informações sobre preços de exportações de outros países para analisar se há dumping nas exportações chinesas para o Brasil. "Quando acabar essa flexibilidade que temos nos processos de direito de antidumping, as medidas compensatórias poderão ser a melhor alternativa."

Por ordens da presidente Dilma Rousseff, o ministério tem reforçado os instrumentos de defesa comercial: tornou mais pesadas as sobretaxas aplicadas nos casos de constatação de dumping (preço exportado mais barato que o praticado no mercado nacional), passará a cobrar as sobretaxas retroativamente e iniciou as primeiras investigações por certificado falso de origem e por triangulação.
Atualmente, há 81 medidas de defesa comercial em vigor no Brasil e 43 investigações em curso. A maior parte por denúncia de prática de dumping.
Fonte: www.textileindustry.ning.com
 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ministro de Portos visita Itajaí em caráter emergencial...

Em visita emergencial ao Porto de Itajaí na tarde desta segunda-feira, 12, o ministro chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), Leônidas Cristino, vistoriou os impactos da correnteza do Rio Itajaí-Açu, em decorrência da última enchente ocorrida em Santa Catarina, e garantiu recursos da União para a garantia do desassoreamentodos canais de acesso e bacia de evolução do Complexo Portuário do Itajaí. “Vamos fazer tudo o que for necessário para que o Porto de Itajaí e demais terminais voltem a operar com as mesmas profundidades operadas antes das cheias”, afirmou o ministro de Portos.

Cristino assegurou que antes mesmo dos estudos de batimetria – para verificar o assoreamento – sejam concluídos o corpo técnico da SEP dará início a estudos e simulações, como forma de agilizar os procedimentos. “O Complexo de Itajaí é muito importante no contexto portuário brasileiro e vamos precisamos que as operações sejam retomadas com a maior brevidade possível”, disse.

Os estudos de batimetria devem iniciar assim que a correnteza, que hoje chegou a 10 nós, reduza. A expectativa é que comecem amanhã ou, no máximo, quarta-feira. Porem, antes mesmo dos estudos estarem concluídos a empresa belga Jan de Nul estará com uma draga operando em Itajaí, fazendo com que as
profundidades pré-enchente sejam retomadas o mais cedo possível.

Com relação às avarias no berço 1, que hoje é operado pela empresa APM Terminals Itajaí (APMT), segundo o ministro, os reparos devem ficar a cargo da iniciativa privada, uma vez que o berço é arrendado. “Mas temos a certeza que a APM dará início imediatamente aos reparos, já que é de seu interesse que o berço volte às operações o mais breve possível”, acrescentou.

Com a velocidade da correnteza, devido a vazão do grande volume de água represado nos municípios do Vale do Itajaí, o berço 1 sofreu recalque, ou seja, rebaixamento da plataforma do cais em alguns pontos, variando entre 15 centímetros e 20 centímetros. A APMT ainda não tem uma posição definida
com relação aos danos que a estrutura do cais sofreu, uma vez que há a necessidade de um minucioso estudo que deve iniciar amanhã, terça-feira, por
um grupo de engenheiros contratados pela empresa.

Costa brasileira deve receber R$ 740 milhões até 2014

As Secretaria de Portos estima que a costa brasileira, que tem 8,5 mil km navegáveis e um setor portuário que movimenta aproximadamente 700 milhões t de mercadorias por ano, dos quais cerca de 90% na área de exportações, deve receber cerca de R$ 740 milhões em melhorias até 2014.
Os desafios do governo se concentram na construção de um novo porto em Manaus e em ampliar os investimentos em Fortaleza, no Ceará; Natal, no Rio Grande do Norte; Salvador, na Bahia; no Rio de Janeiro; em Santos, em São Paulo, e Recife, em Pernambuco. No Brasil, 18 portos públicos são administrados diretamente pelas companhias Docas - sociedades de economia mista que têm como acionista majoritário o governo federal, com vínculo à Secretaria de Portos. 

No total, no Brasil, são 37 portos públicos, entre marítimos e fluviais, além de 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários que operam sob concessão à iniciativa privada. Em julho, o ministro José Leônidas Seixas, da Secretaria de Portos, avisou que até o fim de 2013 serão construídos sete novos terminais.